12/19/2007

não me incomodem,


vocês que não estão, vocês que eu não vejo



Hoje preciso de chorar, chorar até soluçar até me doer o peito até me doerem os olhos. Preciso de largar todas as lágrimas como se largasse os amores, porque sim, apenas isso se me perguntarem porquê.
Hoje reparei que estamos sozinhos, sempre sozinhos tirando os instantes em que outros nos fazem companhia. Os maiores problemas surgem da habituação à companhia do outro, do calor da palavra não nossa e quando o outro nos falta, ou fazemos nós com que falte, não sabemos existir sozinhos. Eu não sei existir sozinho, não sei ser infeliz e como Clara, trauteante na mente de Inês Pedrosa, odeio todos aqueles que me dizem que isso não importa, Clara não sabe ser cega, não nasceu cega, eu não sei ser infeliz porque não nasci infeliz, embora não tenha nascido feliz. Choro agora porque quis que me faltasses, choro agora porque rescindi, como se fosses um contrato, a tua presença, mas, ainda assim, sinto a tua voz na minha mente dizendo não chores, logo agora que tenho tanto que chorar. Não me incomodes, seca essa tua voz que ecoa na minha mente para eu aprender a viver sozinho, ou a dizer de outra forma, embora a dizer o mesmo, para que aprenda a viver sem ti.

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