Tenho saudades da rotina dos dias, de acordar com o barulho de adolescentes estridentes a passearem na avenida, tenho saudades de ir pé ante pé a pisar ainda o sono até à cozinha, ouvir o som nostálgico do esquentador que ainda não percebi
esta merda qualquer dia avaria.
e depois o entrar a medo na banheira, o muito quente, depois o muito frio, o banho, a água na cabeça, o acordar.
Vestir, o que vou vestir? As perguntas, sempre as mesmas, no mesmo espaço, os mesmos gestos, depois o gel
esse cabelo nunca mais atina, tantos cabelos brancos. Onde pus o secador?
por fim o perfume e saio.
O carro estacionado à porta, ligo-o, a música no iPod, os fones no bolso, a pasta no lugar do morto, as ruas conhecidas, o verde das avenidas, a sombra das árvores, o calor que nunca mais acaba de tão grande.
Por fim, é um café Dona Céu e ela como sempre.
Está bom?
e eu
sim Dona Céu e você? Cortou o cabelo? Fica-lhe bem.
e depois alguém entrava, sorria, depois falava algo que me alegrava e ríamos os dois, bebíamos café e íamos à nossa vida, à mesma vida.
À noite, as estrelas guardavam-me o sono.
Tenho saudades, muitas, principalmente de vocês.
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