9/05/2010

Sem intervalo por cima da chuva que não pára, nunca parou.


Ele entrou no sítio, depois foram os odores fortes e quentes a entrarem pelo nariz quase a tocarem nos sonhos que adormeceram e não acordaram. Os anos foram passando na mente do homem que não era homem nem coisa nenhuma, por cada passo na fila dez anos, depois outro passo e dez anos e ficou assim até passarem séculos. Na fila ao lado, bem mais pequena por sinal e com menos anos a fazerem sombra, chega um casal de idosos, ele ar altivo como se ostentasse as medalhas de vitórias de guerras em outros mares que não os nossos, ela curvada como que a esconder a face dos pecados de uma vida, uma vida toda e longa, ou curta, depende. Foi ao ver o homem e a mulher e por terem nascido ali dezenas de histórias inventadas, histórias com tudo à sua volta, histórias irreais naqueles corpos de carne e osso que ele decidiu que ainda que a chuva não pare, ou não pare quando ele gostaria que acabasse, que este blogue não estará mais em intervalo.

é um pastel de Belém para comer já e seis para levar, se faz favor; quando a fila acabou.


Fotografia - Autor desconhecido

1 Comentários:

Isa GT disse...

E eu que ainda não me tinha dado conta que as Palavras tinham voltado!
Ora agora, para comemorar, até ia o pastelinho de Belém ;)

Bjos

 
 
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