4/09/2011

Os olhos, os braços, as pernas. As palavras que não são ditas.


Eu contei-te. Os olhos, as pernas, os cabelos, a pele, o teu corpo, e o meu. Os meus olhos, as pernas, os cabelos, os braços gigantes a tocarem-te as costas onde te haviam de ter sido cravadas as asas com estacas de prata. Eu contei-te e depois as palavras perderam-se como se fossem engolidas pelo brilho dos teus olhos. Eu disse-te, eu contei-te tanta coisa. Falei-te das minhas coisas, das coisas todas que tenho submersas no sangue que me aquece os pensamentos, falei-te dos fantasmas que me habitam o coração como feixes de luz branca e luz negra a guardarem-me a alma, ou a velarem os dias por ela. Eu contei-te e tu abraçaste-me sem falar, e eu abracei-te de volta. Senti que me dizias tantas palavras, tantas quanto as que eu precisava ouvir e eu nem soube agradecer, por isso decidi sorrir. Espero que tenhas percebido. Eu sei que sim.

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