4/27/2008

Ponto [sem voar].































Bate-me e esmaga-me a cabeça, porque queres, porque eu não mereço da mesma forma que, simplesmente, ninguém merece. Porque, porque, porque, chama-me puta, uma puta que eu não sinto, uma puta que eu não sou, apesar de tu a gritares, mesmo quando não dizes, mesmo quando não falas, puta, puta, puta, eu.
Os teus pés marcam-me o corpo, como manifestação de propriação, queres que todos saibam que sou tua, que
tenho a tua marca, mas as tuas marcas são mais profundas do que imaginas, transparecem-me no olhar apesar de eu me esforçar, acredita nisso por favor, em disfarçar.
Gostava de utilizar contigo frases ponto, ponto, ponto e utilizar um ponto como aqui. Sei, sei isso sempre, que vou mudar de olhar, mostrar ao mundo o meu brilho, a radiosidade da expressão ser feliz, mesmo que isso tenho um ponto e antes desse ponto muitos entre vírgulas. Prefiro acreditar na renovação do teu carácter, no transplante do teu coração onde de puta passo a amor, mesmo que por instantes, mas isso renova-me o olhar e por momentos, mesmo nesses entre vírgulas que tanto finjo não existir, sou feliz porque tu me amas e me olhas, só por isso.
Hoje arrancaste-me as artérias,
as câmaras do coração explodiram jorrando sangue um sangue carregado de amor que te marca a face que te marca a vida, não limpes porque não vai sair, e não me esforço por te marcar, tu próprio o fazes. Nessa marca que chamas amor, mesmo em todos os pontos e entre vírgulas, eu não me avisto e não te avisto. Sei que não és assim, a culpa poderá ser minha, sei que me exiges o que não posso fazer e eu culpo-me, culpo-me tanto que se não explodisses o meu coração eu própria o teria feito.

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