3/26/2009

Mentol a rir























Se eu vos matar, piso o vosso coração e deixo jorrar todo o sangue, enleio-me em veias, artérias do vosso sentir, do vosso sentir errado, sabor dos rebuçados que a velha compra na loja enquanto vocês fingem viver o que afinal de vida não existe. Queimo-vos a pele, marco-vos tanto, marco a vossa pele como quem marca a alma, como quem marca os sonhos que não têm porque os escondem, porque não os vivem, porque não os sentem, como a velha que esqueceu toda a vida no sabor amentolado de três minutos de rebuçado que morde como vocês mordem a língua, como vocês a morrer por morderem a língua e a velha, agora, a guardar os rebuçados a esperar a morte. A morte não quer a velha, não quer saber do plástico em forma de saco onde estão os rebuçados, o plástico de sabor mentol como os pensamentos maus, pensamentos de plástico como os vossos, plástico que eu queimo como vos queimo a pele.
Agora, rio-me. Rio-me da velha de olhos fechados a fingir de morta, rio-me de vocês envoltos em plástico de sabor mentol,rio-me de vós a morder a língua, rio-me de vós a morrer enquanto eu apenas mordo três minutos de rebuçado de sabor mentol.

1 Comentários:

Catarina Soutinho disse...

Edgar, obrigada pela visita ao Valeta Comum.

Certamente que esta será a primeira de muitas vezes que visito as tuas palavras.

Bjs,
Catarina

 
 
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