4/19/2009

infanticidium



Chegas tarde e a bruxa tua amiga a dizer-te adeus, através de ti pelo poder da tua mente. Chegas tarde e nem te desculpas, achas que é normal, esperar por ti será sempre normal mesmo que a espera dos outros te irrite, te enerve como dizes, que te estale o verniz dos sapatos, os teus sapatos são feios sabias? Não tanto quanto as tuas mãos, não tanto quanto a maldade das tuas mãos feias, as mãos que não usas para tapar a boca quando só dizes nadas e vazios.

Vou tentar ser simples, para o caso de não perceberes o português, era uma vez uma bruxa má num reino desincantado, uma prima distante da madrasta da Branca de Neve, e essa bruxa tinha ódios, ódios de não ser a melhor, ódios de quem não a achava melhor, ódios de saber que afinal nunca todos a achariam a melhor de coisa nenhuma. Essa bruxa, como não poderia deixar de ser no universo mágico de bruxos e druidas, fazia voodoo, bonecos de pano excelentemente bem vestidos, tudo a combinar, sapatos e malas, blusa e cinto, saias, calças e calções tudo da melhor qualidade, seda da china imagine-se, também as pragas eram as melhores mortes, doenças que não existem, valores elevados no sangue, doenças dos valores elevados no sangue e hematomas, mas a bruxa não se apercebeu que além dela ninguém combina sapatos e malas, blusa e cinto, assim tudo o que espetava nos outros era nela que sangrava e houve um dia em que a bruxa a fazer um infanticidium morreu, azar o dela penso eu.


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