4/29/2009

azul molhado




Hoje a fúria apodera-se de mim e toma a minha forma, assim como eu tomo as suas cores brancas e pretas de um colorido plural que me irrita até me cansar. Cansei, cansei-me das cores, das palavras, cansei-me de falar certinho, o dizer que sim, sim, sim, sorriso bonito, a gravata arranjada, não me perguntem nada, pelo menos hoje. A resposta na ponta da língua quase a saltar, crepitante, estaladiça, pronta a sair, caralho, não me fodas o juízo, não me perguntem nada, pelo menos hoje. Hoje que me apetece chamar alguém de merdas, enumerar as merdas que fazem, os olhos negros, dar-vos um murro e deixar-vos mais negros ainda, é isso que quero. Chamar-vos idiotas, tristes, burros, irracionais, se reparem bem não digo mentiras, mas a verdade em demasia provoca overdoses e eu não quero provocar a morte de ninguém, só quero que vos fodam, mas isso pareceria um favor e não sei se alguém estaria disposto a isso. Não sou eu que sou negro vocês é que não têm capacidades de ver o mundo a cores, ficam então nessa vazio monocromático onde a verdade será sempre branca, o problema é essa falta de visão que vos vai cegando as vistas, que vos vai queimando a alma e os pelos púbicos, todos, tudo em chamas, a cona molhada, o caralho teso e ninguém a vosso lado que partilhe dos monocromáticos do sexo, porque o amor é azul mas vocês não vêm azul, não pensam azul e não conhecem sequer o significado poético da cor.

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