11/02/2010

Luz crua.






Deitados no sofá tínhamos a luz como cúmplice, o cheiro do incenso era todo o teu corpo. O tom da tua pele contrastava com a brancura da nossa cama inventada. Durante muito tempo não falámos, demorrámo-nos apenas um no outro. Toquei o teu corpo, as tuas costas, a pele nua das tuas costas e desenhei mundos com as minhas mãos. Tu, depois, sentaste-te a meu lado comigo deitado; leste-me Baudelaire em francês, entoavas a voz, dizias devaneios. Mordi o lábio. Depois sem mudares de tom murmuraste
(fode-me)
Sentei-me a teu lado. Encostei o meu ombro ao teu e nesse momento em que o meu corpo encontrou o conforto do teu a luz parou e o mundo inteiro deixou de fazer sentido. Tu foste então o meu mundo inteiro e quando me abraçaste e o teu corpo nu engoliu por inteiro toda a minha alma, eu consegui sorrir. Sorrir de verdade
(Juste une fois de plus).

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