12/01/2010

Café.



É um café senhor doutor? Está cá um frio. Uma pessoa nunca sabe, nuns dias é um calor que não se pode sair de casa, noutros é este frio que nos entra nos ossos e depois acaba por cá ficar a morar. A idade não perdoa, sabe como é? Então os pequenos? Já crescidos imagino. Há muito que não os vejo por aqui, ainda me lembro de serem pequenos e andarem às suas cavalitas ali pelo parque, sempre tão bem arranjados, um mimo. Já viu como está o parque agora? Vândalos e ninguém quer saber. É tudo contra quem trabalha. Tem visto as notícias? Que pergunta tola; claro que tem visto as notícias, elas estão por todo o lado. Às vezes quem me dera não ver. A senhora? Desculpe a pergunta. Gostava muito dela, mas a vida é mesmo assim. A última vez que a vi estava a entrar na vossa, desculpe, sua casa, com uns homens altos, deviam ser das mudanças. Mas isso são assuntos seus, eu não me meto, as pessoas aqui já se sabe, são como em qualquer lado. Faziam um casal bonito, os filhos um primor, a menina sempre arranjada de vestidos e laços, o rapaz um reguila, bonito como o pai. São sessenta cêntimos. Tenha um bom dia senhor doutor e obrigado.

2 Comentários:

Isa GT disse...

Uns 60 cêntimos ganhos com esforço e se calhar com prejuízo... só o que ele gastou em saliva... ;)

Bjos

Edgar Semedo disse...

Olá,

ou talvez nem tenha dito nada :)

Beijo

 
 
Copyright © Palavras minhas.
Blogger Theme by BloggerThemes Design by Diovo.com