Ela agarrou-me a mão. Percorreu todas as linhas com os dedos compridos e magros. Eu não falei, fechei os olhos. De olhos fechados o vento passava ao meu lado e o som cortante era o frio metálico da tua voz. Os dedos nas minhas mãos a demorarem-se. O cheiro da erva molhada, a brisa do rio a lembrar-me o calor da tua mão, o quente do teu abraço. A velha a demorar-se em mim, a ver o novelo vermelho que se tinha tornado o meu coração, a enlear os dedos no mais íntimo. Eu a ter medo das palavras que saíam das mãos, com medo que ela dissesse o teu nome com uma voz crua que te despia e me denunciava como aquele que te espera junto ao rio, todos os dias.
12/09/2010
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