E tudo havia de ser redondo como a noite, alto como as estrelas e fechar nas palavras o brilho carregado que só os teus olhos possuem. A vida é todo o teu corpo carregado de mágoas como tinta invisível que te vai marcando a pele como se fosses toda uma história que escrevo com as pontas dos meus dedos, o húmido da minha boca, o calor quente que o meu corpo emana por te ter perto. Somos biologia, e quando a deixamos de ser é que começamos a existir realmente. Como a essência de um grito mudo que inquieta por dentro e faz vibrar todas as veias, exactamente como a vida deve ser. E depois há o amor. O amor da pele e das palavras, dos silêncios e da força que cresce sem que se aperceba do valor imenso que vai construindo cá dentro. Os beijos nas mãos, nas pálpebras, o húmido do sexo, as palavras ao ouvidos que vão sendo silêncios partilhados. Depois há as horas, as tuas mãos nas minhas quando é noite e depois a vida sem ser dia e a lua a existir porque existimos um no outro. A lua que anda à tua volta, porque o teu umbigo com o meu umbigo são o centro do mundo, porque o amor é o centro do mundo. Porque o mundo sou eu e tu.
2/09/2011
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4 Comentários:
Adorei! :D
Abraço.
O centro do mundo, ao longo do tempo... vai sofrendo desvios e o que hoje é o centro, rapidamente, pode virar periferia ;)
Importante será, talvez, nunca desistir de encontrar estabilidade em cada novo centro :)
Bjos
Olá P.,
obrigado.
Abraço
Ola Isa,
essa talvez seja a razão do mundo ser redondo. Assim, em qualquer espaço, podemos dizer que estamos no centro de tudo.
Beijo
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