3/14/2011

Os sonhos.



Ela esperava sentada. O céu estava escuro e na rua passeava uma brisa fria e cinzenta como as nuvens que ameaçavam os céus. Tudo era triste, menos ela. Ela sorria enquanto esperava perdida nas horas de já não serem horas, nem serem nada. As mãos entrelaçadas sobre o colo aqueciam-lhe o corpo como se fosse abraçada. Dentro da cabeça da mulher apenas o silêncio que acompanha todos os sonhos perdidos em buracos escuros impossíveis de penetrar. À sua volta, ninguém. Ela esperava o tempo em que se iria levantar e num acto de magia, com as mãos bem levantadas, fazer girar as nuvens e tudo acontecer consoante a sua vontade e ao ritmo do silêncio dos seus sonhos que sendo muitos não são todos os sonhos do mundo; porque eu, também, tenho sonhos e silêncio dentro dos sonhos, que essa mulher não sabe; nem sonha.

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