Não sei se te lembras. A casa branca no final da rua, a mais alta de todas com duas janelas que olhavam o mar, onde ficávamos horas. Abraçados na casa, ou deitados no chão frio da rua, e a noite ficava por cima de nós a regular o tempo que para nós existia de forma inequívoca e aleatória. Ou era eu, ou eras tu que dizias, não existe tempo. E não existia; e o mundo girava enquanto fumavas cigarros ou cantavas uma música e eu conseguia contar vários dias nesses gestos, por isso a nossa eternidade não é entendida pelo mundo por não correr no tempo das coisas do mundo mas num tempo só nosso
que eu gosto de imaginar infinito.
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