4/29/2009

ainda hoje,


ainda hoje meu amor.








Hoje o que sinto mais por ti é saudade, as três sílabas longas da palavra, os vidros partidos da tua ausência que me rompem os pés, feridas, vidros de sangue cor-do-meu. Sinto os teus lábios, sinto os teus lábios nos meus, delírios de desejo.
Mata-me de amor, mata-me da tua presença, mata-me de amor com os teus lábios nos meus lábios, mata-me de sexo, com o meu sexo no teu sexo e o amor envolto em nós, como o suor de esforço conjunto das caminhadas, lado-a-lado. Agora sei que dormes, quase morta, com os olhos fechados, com os olhos fechados para mim, longe de mim e eu de olhos acordados, a esperar o sono, a aguardar a morte para que nesse sonho, ou nessa morte, te encontre, ainda hoje.

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