3/23/2011

Cego.



Todas as vezes em que o mundo e todas as coisas do mundo deixavam de ter importância ele olhava-se por dentro. Nessa espiral de negro carregado ele sabia que o problema não estava no que via mas nos seus olhos. Era como se as lágrimas, o verdadeiro acontecer das coisas tristes, lhe impedissem de ver que no mundo existem várias formas de as coisas serem vistas. Ele não aceitava nenhuma. Ele nunca aceitou nenhuma. A infelicidade que vivia, ou melhor, a infelicidade que tinha transformado todas as coisas não era culpa de ninguém a não ser dos seus olhos. E, ainda, que quisesse por as culpas nalguma coisa, para tornar tudo mais simples, ou mais suportável, não o podia fazer. E, foram assim todos os dias do homem.





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