A casa. Depois, o mar.

ponho a lembrança de ti em cima da mesa quando chego a casa

sem ti, cheiro as cores dos lírios e da erva fresca, as magnólias brancas

faço a cama com lençóis de linho herdados da minha avó,

lençóis crus que ainda não nos taparam o corpo quente

desligo as luzes

acendo as velas

cheiro a cera quente

esperas-me na mesa, olho-te e ponho-te em mim outra vez.

a casa espera quieta pelos barulhos de nós no chão e no céu

em todo o lado

saio para o mar. saio para o mar contigo

não há mar sem ti
e é aí que descanso.