Deitado, ouvia uma música que se tornou 0 mundo pequeno que sentia como meu. Sobre a cama um rosário de pedras negras em memória de um deus em que não creio, mas que me recorda a minha humanidade, o poder de decidir sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o amor e o desamor. Tudo. A música demorou uma eternidade e encheu o quarto de brilhos como esquissos de vontades inacabadas. O meu corpo estava quente na tua ausência; essa tua ausência em forma de noite redonda e estrelas gigantes a velar-me a vida, como um prenúncio do teu corpo dobrado no dia da minha morte. Não te choro, prefiro imaginar-te. Prefiro criar essa imagem mental que me arranca o coração do peito e o lambe e me diz eu sou o teu sangue e tu és o meu. Não te choro, não te vou chorar mais. O meu corpo deixou de ser feito de milhões de gotas de água salgada, o meu corpo já não é mar, o meu corpo agora é o dia que te guarda a vontade de à noite me dizeres fode-me e eu te responder toda. E depois sorrirmos os dois, nas horas todas que tem a noite e encontrarmos no corpo um do outro com os corações aos pés da cama a divindade que falta ao mundo. fode-me. toda. escuta a música.
4/05/2011
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2 Comentários:
Não consigo acessar meu blog por conta deste, não sei oque fazer.
Olá Sabrina,
como não percebi nada do teu comentário, calo-me.
Tudo de bom,
Edgar Semedo
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